O grilo na cabeça

Grilo. Foto: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPbmC2h8cYe1n3HKyz0P5pObQZyL5hZkMiSrHbwLDxGY7YPOD7eE9975u4kiVBc6KDA-oahfOOIPQn52VmoEYszl5_fu64MnUiWiuIEzEQ27cEuIJAEonATMcZJy0Va7BQfYmddumEP6ja/s1600/grilo2.jpg
  O dia foi muito agitado. Não tive tempo simplesmente para nada. Nem mesmo para notar que o tempo passou rápido demais. Mal o sol nasceu e já estava se pondo. Porém, os problemas não foram embora junto com ele. Creio que seu relógio interno seja um pouco mais lento. Talvez tenha um certo "delay", atraso, e, por isso, demora a dormir.
   E começou aquele barulho pouco antes de eu me deitar. Não era um som alto, ensurdecedor. Porém, era constante e irritante suficiente para impedir que minha mente desligasse por míseras 5 horas. Como podia uma coisa tão pequena como um grilo conseguir dissipar todo o sono? Eu estava tão cansado, mas, mesmo assim, meus olhos não pregavam.
  Esse grilo era pequeno. Não estava atrás do armário, nem do guarda-roupas. Muito menos atrás da cama. Onde se esconderia essa coisa tão irritante que me azucrinava? Quero paz! Quero um pouco de sono! Criatura irritante e insuportável, onde está você? Achei! Agora não tem escapatória! Fim do problema. Expulsei o problema de casa.
  Mas, o sono não vinha. Na verdade, a dias que ele não vinha. Era o grilo. Mas que grilo? Já não acabei com ele? Era outro? E onde, por acaso, estaria este outro? Não achava em lugar algum. Mas, causava uma dor de cabeça latejante. 
 Talvez eu estivesse ficando louco. Quem sabe, esquizofrênico? Não, talvez pior, talvez eu estivesse estressado demais com esses intermináveis grilos de ansiedade na minha cabeça...


Alexandre Valério Ferreira


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